Nioaque

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A cidade das Vogais

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

EU E O MEU PROCESSO DE LEITURA

Meu primeiro contato com o mundo da leitura se deu nas séries iniciais quando uma professora, álias a professora que ficou guardada na minha memória nos estimulou a fazer leituras de clássicos, fábulas, pequenos contos, enfim tudo que estivesse ligado ao universo das palavras e onde a imaginação pudesse chegar.
A querida professora Matilde Leite, hoje já tem quase 80 anos e é uma pessoa que gosto muito e sempre que a encontro me lembro de como eram boas suas aulas de Língua Portuguesa. Ela era muito exigente, porém ensinou-me a ter disciplina e valores que até hoje me lembro com atenção.
Lembro-me de um um texto "A casa de Mazalu" que contava a história de um sapo que tinha vergonha de dizer aos seus amigos que morava no fundo de uma lagoa. Lembro-me que nós na 4ª série (hoje 5º Ano) refletíamos muito na atitude dele e nos colocávamos no lugar da personagem, principalmente eu que morava num lugar que todos os anos tinha enchentes. Nossa era uma texto lindo que tinha uma mensagem maravailhosa. Até hoje me emociono quando me lembro dele.
Outros contatos com a leitura que me influenciaram a ser professora de Língua Portuguesa foram as obras de Monteiro Lobato. Nunca me esqueço que na época da escola cada um tinha que ler pelo menos um livro durante o ano e contar para a turma sobre o que era o assunto do mesmo. Eu sempre gostei muito de ler e escrever poesias. Li praticamente todos os livros de Lobato que havia na biblioteca da escola. Nas férias emprestava livros na biblioteca municipal ou pegava um livro emprestado para devolver assim que começassem as aulas. Um livro que marcou muito a minha infância foi "Emília no país da gramática", pois em uma parte do livro existe o cemitério das letras. Neste lugar se encontram todas as letrinhas que supostamente  escrevemos errado e apagamos. É muito divertido ver a bonca de pano conversando e sentindo dó das pobres letras que ficaram ali isoladas das outras por ter alguns problemas e até hoje quando uso a borracha num texto ou escrevo algo errado e preciso apagar me lembro da história do livro e imagino que essas palavras vão para aquele lugar.
Hoje no meu processo pedagógico procuro influenciar meu alunos a desenvolverem o gosto pela leitura. Sempre estimulo os alunos  começando a contar parte da história de um livro e deixando-os curiosos para saber o final da história. No projeto "Grande Leitores" desenvolvido na escola municipal Edson Borck Rocha onde trabalho sempre procuro fazer algo voltado sobre as personagens de Monteiro Lobato. Fazemos apresentações culturais e os alunos se identificam muito com o universo do Sítio do Pica pau Amarelo uma vez que os mesmos moram no campo.
Amo ler e acredito que só é possível mudar e melhorar a educação a partir da leitura. E como já dizia Lobato: "Um país se faz com homens e livros".

Um comentário:

  1. Realmente podemos construir uma rede de influências sobre os nossos alunos, que ao longo da vida irão passar essa luzinha adiante... Eu me lembrei do filme Corrente do Bem, ao ler o seu texto falando sobre a sua professora e como você foi influenciada por ela e como tenta seguir-lhe os passos... Isso me faz perceber que ainda é possível acreditar ...

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